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Mostrando postagens de outubro, 2019

Maternidade

Quando nascem da carne, Arrancam-nos o orgulho! Transformam-nos, Por fora, por dentro, Sobram as marcas Do parto, Da pele, Das noites mal dormidas, Das vezes em que se abre mão. Mas, às vezes, não nascem de nós, Nem por nós ou para nós, Mas em nós. No âmago. Gerado no útero fecundo dos encontros. Um desígnio? Uma escolha. Uma opção. Uma herança de Deus Que não precisa de amarras sanguíneas ou legais, Gerado no fundo da alma. Pela simples escolha de amar incondicionalmente. Das formas mais loucas, pelos meios mais inesperados Tem-se um filho. Alguém que torna a vida terrivelmente mais complicada, Mas incrivelmente mais cheia e esperança.

Um poema rápido: "Conjugação Verbal"

Hoje eu queria  Que as ideias brotassem  Em forma de poesia. Que o aperto Não fosse no peito, Que os desejos não fossem reféns do tempo. Queria mais  Mais que palavras Mais que sentidos Além de ações, estados e fenômenos naturais. O inexplicável e o transcendental. Queria conclusão. Definição. Elucidação. Simplicidade. Talvez eu queira demais. Queira a mais. Queira romper com os paradigmas Com as amarras verbo-nominais. Conjugar as minhas ações,  Vivendo minhas crenças e opiniões. Um presente cujo futuro do pretérito não seja permitido. Eu queria o novo. De novo. Mais uma vez. E apenas uma vez Uma vida sem pretérito imperfeito.

O nascimento do amor - novo poema!!!

De forma insana acontece a entrega Questão de instantes unem-se corpo  e alma. O jogo e o desejo: confiança cega. Fusão ambígua de tormenta e calma. Cobiça intensa que arde e aquece, Tudo consome, devora, destrói. Sentimento que nos enlouquece À dor leva e a razão corrói. O fogo crepita, a fumaça espalha Assim como veio, breve se vai. Transcende do desejo a muralha A fênix da natureza humana sai? A força dos laços e não do instante Guia os instintos para a proteção Depois, entre cinzas, renasce vibrante E o bem-querer que sobrepõe-se a paixão. Assim o desejo dá espaço ao cuidado O colo, o pouso, o consolo, o abrigo Reencontra-se o sentimento esperado Sem exageros, fervor ou perigo. Resistindo da paixão o momento de dor No parto do tempo o desejo acalma Permite, então o nascimento do amor, Que alimenta corpo, espírito e alma. Iniciado em 18/10 - concluído em 26/11/2019

Eu, poetisa... um soneto sobre mim

Soneto da identidade Números que nada dizem de mim. Nem fotos, flashes ou luzes neon. Vivendo minha vida  em high definition, Cores e luzes explodem enfim. Convergência que se espalha em festim: Da mãe, vem o doce e zeloso tom. Há amores, amigos, poemas, bombom... Artefato raro, embrulhado em cetim. Dos rebentos, marcas indeléveis: Batalhas, conquistas, sonhos, ideias. Conceitos e crenças indissociáveis. Sendo eu, vivo dias sem plateias. Fusão de elementos imprevisíveis Fazem meus caminhos em odisseias.