Águas cadentes e recomeços
Já passei dos 40...
A vida, em seu processo de evaporação, voa lentamente...
Cada vez mais longe do leito do rio, nossas moléculas se espalham e nos descaracterizam. Mas, na essência, somos água.
Na minha ânsia de voltar para o leito, busco recomeços. Sou inundada pela animação e juventude das minhas cachoeiras: duas fontes tão diferentes, mas tão iguais em intensidade.
Ler aqueles livros na mesa de cabeceira, brincar uma tarde no clube, fazer exercícios físicos, assistir a modinha da vez...
Chover em palavras cadentes, traduzir-me e sentir-me fluida outra vez.
Talvez, seja apenas um texto aleatório.
Talvez, um recomeço necessário para me reencontrar.
A verdade é que aqui dentro existem águas mais profundas. Ainda que a rotina as evaporação, em momentos de condensação, retornarão cadentes, calientes e, ainda que inconstantes, sinceras e puras.
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